Ano Jubilar em honra a santa misericórdia de Deus
A
Igreja católica iniciou a tradição do Ano Santo com o Papa Bonifácio VIII em
1300. Ele planejou um jubileu por século. A partir de 1475, para possibilitar
que cada geração vivesse pelo menos um Ano Santo, o jubileu ordinário passou a
acontecer a cada 25 anos. Um jubileu extraordinário pode ser realizado em
ocasião de um acontecimento de particular importância.
Até
hoje, foram 26 Anos Santos ordinários. O último foi o Jubileu de 2000. Quanto
aos jubileus extraordinários, o último foi o de 1983, instituído por João Paulo
II pelos 1950 anos da Redenção.
A
Igreja católica deu ao jubileu judaico um significado mais espiritual. Consiste
em um perdão geral, uma indulgência aberta a todos, e uma possibilidade de
renovar a relação com Deus e com o próximo. Assim, o Ano Santo é sempre uma
oportunidade para aprofundar a fé e viver com renovado empenho o testemunho
cristão.
O
Papa anunciou um jubileu agora porque viu essa necessidade diante da realidade histórica
atual. A violência é algo que está ameaçando o mundo: por razões religiosas,
ideológicas, proliferação das drogas e manipulações da verdade, hoje a
sobrevivência da sociedade está em risco. Hoje, os cristãos são chamados a esta
experiência com Deus, que desce até nossa miséria”.
Diante
da realidade política vivida no Brasil e das várias situações vividas pela
humanidade como um todo, esse jubileu deve ser acolhido como mais uma
oportunidade que Deus encontra para, com sua misericórdia, auxiliar o homem
naquilo que ele precisa. É um sinal de que Deus continua conduzindo à história
e não vai nos abandonar à mercê da nossa sorte. É preciso voltar a Ele em uma
atitude de confiança.
O
Papa Francisco tem falado da misericórdia desde o início de seu pontificado, foi
uma surpresa ser instituído um jubileu dedicado a isso. Mas a misericórdia,
mesmo sendo uma necessidade, nem sempre é colocada em prática. Essa experiência
deve ser vivida, renovada a cada dia. Isto é, reviver a experiência da
misericórdia sempre que for necessário. Como disse o papa Francisco: “Não digo:
é bom para a Igreja este momento extraordinário…não, não! Digo: a Igreja
precisa desse momento extraordinário”, que começou nesta terça-feira, 8, com a
abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro.
O papa Francisco enfatizou o
sentido desse Ano Santo: um tempo favorável para contemplar a misericórdia
divina que ultrapassa qualquer limite humano. Mas esse período só será
realmente favorável se as pessoas escolherem o que agrada a Deus: perdoar seus
filhos, usar de misericórdia para com eles para que possam ser misericordiosos
para com os outros.
Seja na sociedade, no trabalho e
até mesmo na família, a humanidade precisa urgentemente de misericórdia, disse
o Santo Padre. Alguns podem até dizer que há problemas mais urgentes para serem
resolvidos e Francisco reconhece isso, mas lembrou que na raiz da falta de
misericórdia está o amor próprio.
“No mundo, isso toma a forma da
busca exclusiva dos próprios interesses, dos prazeres e honras unidos à vontade
de acumular riquezas, enquanto na vida dos cristãos se disfarça muitas vezes de
hipocrisia e mundanidade. Todas essas coisas são contrárias à misericórdia”.
Por isso mesmo, Francisco
destacou a necessidade das pessoas reconhecerem seus pecados para
experimentarem a misericórdia de Deus. “É necessário reconhecer ser pecador
para reforçar em nós a certeza da misericórdia divina”. E ele ensinou uma
oração simples para que se faça isso diariamente: “Senhor, eu sou um pecador,
eu sou uma pecadora, venha com a sua misericórdia”.
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